Para o caminho, Senhor,

não levo ouro, nem prata, nem dinheiro no bolso;

confio na tua palavra.

Não tenho alforge com provisões e sobras,

basta-me a tua companhia

e o pão de cada dia.

Túnica, a vestida apenas,

porque não tenho de esconder nada,

e o frio e o calor superam-se

quando se partilham, em família.

Também não levo bastão,

embora tu disseste que podíamos usá-lo,

porque os meus irmãos me animam e dão a mão

quando o caminho se torna duro,

sangro, tropeço e caio.

E sandálias, umas de pôr e tirar,

bem ajustadas,

para que não me façam calos,

para andar ligeiro

e não me esquecer do solo que piso,

quanto o teu Espírito me levanta,

me agita livre, ao vento,

me leva e me arrasta.

Isso sim, vou acompanhado,

transbordando ternura e paz

oferecendo saúde e boa notícia

e caminhando com alegria.

Quase sem bagagem...!

E sigo-te,

isso me basta!